Faturi Viagens é acusada de vender passagens aéreas falsas a brasileiros no exterior

Faturi Viagens é acusada de vender passagens falsas. Foto: Getty Images

Clientes da Faturi Viagens ME, localizada no bairro Jardim Brasília, em São Paulo (SP), relatam terem sido prejudicados pela suposta venda de passagens aéreas falsas. A agência, registrada sob o CNPJ 39.876.168/0001-09, tem como responsável a empresária Ariana da Fonseca Faturi.

Segundo uma matéria feita pelo jornalista Lucas Connolly do Irlanda News, as passagens vendidas nunca foram emitidas ou apresentaram códigos inexistentes nos sistemas das companhias aéreas. Até o momento, a plataforma JusBrasil mostra processos ativos na área de defesa do consumidor, ainda em andamento, e abertos para consulta pública.

Os advogados Bruno Camargo (OAB/GO 54.588) e Matheus Vidal (OAB/GO 74.431), que acompanham parte das vítimas, afirmam que há indícios de possível estelionato, conforme o artigo 171 do Código Penal. Os prejuízos relatados também podem gerar ações por danos materiais e morais.

Passagens para a família com criança autista nunca foram confirmadas

Uma das consumidoras, que preferiu não se identificar, afirmou ter contratado a agência em abril de 2025, para comprar passagens de ida e volta entre Dublin e Goiânia. A viagem, no valor total de R$ 22 mil, incluía ela e dois filhos, um adolescente e uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O pagamento seria parcelado até a data do embarque, prevista para junho ou julho.

Segundo ela, após o início dos pagamentos, a agência parou de responder mensagens e chamadas. Ao investigar por conta própria, descobriu que o código da passagem não existia nas companhias aéreas.

A empresária então ofereceu uma nova passagem, mas que cobria apenas até São Paulo, sem o trecho final até Goiânia. A nova reserva também não era válida. Até o momento, a cliente já pagou R$ 13.456,00 e não recebeu nenhum reembolso. Ela relatou ainda o impacto emocional causado, especialmente pelas necessidades específicas de seu filho.

Este documento foi coletado pela defesa para o processo contra a Faturi Viagens ME. (Foto: Advogado Bruno Camargo)

Passagens para a família com criança autista nunca foram confirmadas

Uma das consumidoras, que preferiu não se identificar, afirmou ter contratado a agência em abril de 2025, para comprar passagens de ida e volta entre Dublin e Goiânia. A viagem, no valor total de R$ 22 mil, incluía ela e dois filhos, um adolescente e uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O pagamento seria parcelado até a data do embarque, prevista para junho ou julho.

Segundo ela, após o início dos pagamentos, a agência parou de responder mensagens e chamadas. Ao investigar por conta própria, descobriu que o código da passagem não existia nas companhias aéreas.

A empresária então ofereceu uma nova passagem, mas que cobria apenas até São Paulo, sem o trecho final até Goiânia. A nova reserva também não era válida. Até o momento, a cliente já pagou R$ 13.456,00 e não recebeu nenhum reembolso. Ela relatou ainda o impacto emocional causado, especialmente pelas necessidades específicas de seu filho.

Outro consumidor também relata bilhete falso

Outro cliente, que também vive na Irlanda, relatou ter comprado passagens entre Dublin e São Paulo, no valor de R$ 7.900,00, pagos em três parcelas no cartão de crédito. Após a primeira parcela, recebeu um bilhete, mas ao tentar confirmar a reserva, descobriu que o documento era falso.

Ambos registraram boletins de ocorrência (B.O.) e agora buscam reparação na Justiça. Segundo orientação da Delegacia Virtual, é necessário comparecer pessoalmente à delegacia da cidade onde ocorreu o fato para dar andamento à investigação.

Segundo o advogado Bruno Camargo, a Faturi Viagens forneceu uma passagem aérea falsa. A emissão foi invalidada pela própria companhia aérea, que atestou sua inexistência.

O que fazer se você foi prejudicado

Com base nos relatos, os advogados recomendam os seguintes passos para quem acredita ter sido lesado pela agência:

  • Não realize novos pagamentos e evite fornecer informações pessoais à empresa.
  • Reúna provas, como conversas, e-mails, recibos e dados bancários.
  • Registre um boletim de ocorrência, preferencialmente pela Delegacia Virtual do seu estado.
  • Procure um advogado, que poderá entrar com uma ação judicial e solicitar o reembolso.
  • Conteste a compra no cartão de crédito, alegando fraude, e solicite o estorno das parcelas.

Influenciador denuncia casos de venda de passagens inexistentes pela Faturi Viagens

O youtuber Caio Brazil (121 mil inscritos) relatou em seu canal supostas irregularidades envolvendo a agência Faturi Viagens. Segundo o influenciador, uma cliente teria adquirido passagens aéreas inexistentes após indicações de terceiros. Ele alertou que tais casos atingem principalmente imigrantes brasileiros em Portugal, Irlanda e Espanha, recomendando que consumidores verifiquem a idoneidade de agências antes de efetuar pagamentos.

Paralelamente, um empresário do setor de viagens contatou a perita judicial Helen em 17 de junho, afirmando prejuízos de R$ 60 mil em situação similar. Helen reforçou não manter qualquer vínculo com a Faturi Viagens: "Nunca existiu relação comercial, societária ou de parceria", declarou. Embora confirme que um ex-cliente da Faturi investiu em sua agência (Vialume Turismo LTDA), a perita garantiu que o processo foi "legítimo e transparente".

Denúncias e Questionamentos

A perita judicial revelou que, desde abril de 2025, recebeu múltiplas denúncias contra a Faturi Viagens, incluindo:

  • Tentativas de práticas comerciais irregulares contra sua empresa.

  • Documentos com indícios de falsificação.

  • Relatos consistentes de outros clientes lesados.

  • Supostas ameaças registradas em áudio.

  • Emissão de bilhetes aéreos sem comprovação de pagamento às companhias.

Helen questiona publicamente: "Se os valores não foram repassados às companhias aéreas, onde está o dinheiro das famílias lesadas?". A perita também mencionou relatos de desrespeito às vítimas e colocou-se à disposição das autoridades, reafirmando seu compromisso com a transparência.

Clique aqui para ver o relato da Helen no Instagram 

A empresa tentou conter a crise após onda de denúncias, bloqueando comentários em seu Instagram oficial diante de relatos de clientes alegando golpes. A estratégia, porém, não surtiu efeito, um novo perfil da empresa já enfrenta críticas idênticas. O caso ganhou repercussão nacional com reportagem do jornal Anhanguera (G1), que revelou histórias de goianos no exterior vítimas da operadora.













Esta reportagem se baseia em relatos documentados e verificados, amparada pelo Art. 220 da Constituição Federal, que garante a liberdade de imprensa. O anonimato das vítimas foi preservado, e os dados da empresa, por se tratar de pessoa jurídica de registro público, foram mantidos conforme a legislação de transparência.


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