| Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil |
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou uma investigação independente, conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP), para apurar as mais de cem mortes registradas durante a recente megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense.
Entre as primeiras medidas adotadas, o órgão solicitou o acesso às imagens das câmeras corporais dos policiais que participaram da ação. O objetivo é garantir transparência e identificar possíveis irregularidades no decorrer da operação.
A importância das imagens corporais na apuração
Durante uma entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, afirmou que a análise das gravações é parte essencial do processo investigativo. Segundo ele, o material audiovisual pode ajudar a esclarecer as circunstâncias das mortes e a dinâmica dos confrontos.
O procurador destacou ainda que o Ministério Público adotou todas as providências cabíveis desde as primeiras horas da operação, aplicando os protocolos previstos na ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas. Essa norma estabelece diretrizes para o controle externo da atividade policial em comunidades do Rio de Janeiro.
Acompanhamento técnico e uso de tecnologia avançada
De acordo com Campos Moreira, três legistas e um promotor de Justiça estão acompanhando pessoalmente as necropsias no Instituto Médico-Legal (IML). O trabalho conta com o auxílio de um scanner de alta precisão, equipamento capaz de realizar radiografias completas dos corpos. Essa tecnologia é considerada fundamental para reconstruir a sequência dos confrontos e auxiliar na produção de provas periciais.
Pedidos de informações e novas diligências
O MPRJ também solicitou ao Governo do Estado relatórios detalhados com dados sobre o efetivo policial empregado, armamentos utilizados e materiais apreendidos durante a operação. Além disso, o órgão planeja realizar oitivas(depoimentos formais) próprias, acompanhando tanto os depoimentos de policiais quanto os de testemunhas.
Com essa atuação, o Ministério Público busca garantir uma investigação transparente, técnica e independente, reforçando o compromisso com o respeito aos direitos humanos e com o controle externo das ações policiais no estado.
É lamentável que isso esteja ocorrendo no RJ. Uma cidade tão bonita, e totalmente abandonada :(
ResponderExcluir